sábado, 10 de outubro de 2009

Amigos.

Amigos.( Um caso comum).

Fomos amigos por muitos anos. A presença dele me trazia alegria e a minha, por algum motivo vago, fazia com que ele se sentisse importante. Tínhamos dias certos para nossos encontros. A felicidade com hora marcada. Os risos, as pantomimas, às vezes lágrimas rasas, saudades da adolescência e da infância que, não sabíamos então, ainda estavam muito perto de nós.
Um belo dia, ou noite, uma terceira pessoa apareceu. Outras já haviam surgido e em nada interferiram em nossa amizade, eram coadjuvantes ou espectadores de nosso perfeito entrosamento.
O terceiro, aquele a quem Tereza deu a mão, chegou para criar uma cisão entre nós. Aos poucos, nossa amizade tornou-se nublada, carregada de olhares suspeitos e palavras dúbias. Nossos encontros se espaçaram, meu amigo adquiriu hábitos incompatíveis com os meus, até que parou de me procurar.
Não sofri com a ausência, tive até certo alívio em deixar para trás todas as lembranças que de repente já não me eram mais atraentes.
Eu o encontrei algumas vezes casualmente e fomos educados e cordiais como devem ser conhecidos antigos e distantes. A última vez que o vi, percebi que seu bonito rosto estava marcado e triste. Pareceu-me alguém sem importância.
O Terceiro? Não sei por onde anda, é provável que tenha se mudado daqui.

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