23 de janeiro de 2009.
Kaká e Bete.
Kaká é Carmem.
Baixinha, olhos enormes e grandes perspectivas : quer comprar uma casa pequena num terreno bem grande, plantar muito, criar bichos, inclusive rãs, viver “em comunhão com a natureza”. Isto, quando ela tiver dinheiro, Kaká me conta enquanto separa mudinhas de suculentas dentro do saco plástico . Ecológica, ela vai plantar nas jardineiras das minhas velhas janelas, tão bonitas quanto preciosas e desgastadas.
Eu a observo, simulo atenção enquanto penso em Bete.
Bete, Lizabeth, teve quase tudo : muitos homens, algumas talvez mulheres,uma casa grande onde ela passava mais tempo no porão onde, ninguém sabia o porquê, ficava um piano de meia cauda que Bete tocava alegre e cantava alto. Voz fininha, vaudeville alemão. Alegre, sempre muito alegre, morreu de repente sem nunca haver percebido que era triste.
Volto à Kaká. Carinhosa com plantinhas e pessoas, explica a diferença entre a boa terra e os substratos, enquanto brinca com a minhoca marron e úmida que faz nervosas volutas entre seus dedos delicados.
sábado, 10 de outubro de 2009
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