31 de dezembro de 2009.
A impressão é de que sou a mulher do filme que havia morrido e não sabia, ou então que o mundo acabou e só eu sobrei, sozinha, sozinha, sozinha.
Chove sem parar e faz calor. As plantas de dentro de casa estão secas. Por causa da chuva eu devo ter pensado que não precisavam de água.
A casa é enorme e eu sou grande e desajeitada dentro dela, só no meu cantinho consigo me acomodar, os dois cachorros ao lado, apreensivos ao menor ruído. Uma folha seca que cai, a madeira da escada estalando, o gatinho que mia no telhado, ao mínimo sinal os cães levantam as orelhas e farejam o ar com desconfiança. Logo em seguida se enrodilham e dormem, enquanto eu continuo a vigília.
Uma voz de mulher, alguém disse algo na vizinhança. Não consigo entender as palavras mas é algo que soa como “fica com Deus”.
O toque do telefone me sobressalta, deve ser engano ou trote.
Não é. Uma voz amiga me comunica estar vindo para cá, vai trazer um peru, vinhos e uvas para fazermos uma ceia.
Claro, tenho arroz e batatas na geladeira, venha logo.
E que Deus lhe abençoe.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
(que lindo!) festa de reveilão, essa euforia. foi bom?Daqui, fogos da janela e muitos gritos, e depois ver as luzes das ruas se apagando, uma a uma. feliz ano novo!
ResponderExcluir