21 de agosto de 2009. (composição escolar triste).
Bijou, a cadelinha de nossa casa, morreu há quatro anos.
Ela fez de tudo: fugiu, foi atropelada, ficou velha e manca, conheceu todos os mais escondidos refúgios debaixo da escada, comeu bonbril, matou ratos, mordeu algumas pessoas, lambeu as mãos de outras, andou cega sem pisar em nossos desenhos espalhados pelo chão, passou um tempo triste no hospital, voltou de taxi reconciliada conosco, viveu mais uns dias e morreu.
Há retratos de Bijou , um na sala e outro em meu quarto, como se ela tivesse sido uma parenta antiga com lugar garantido na galeria dos antepassados, junto da avó sombria e do tio-avô poeta.
Meu filho diz que às vezes ouve o barulho das patinhas dela andando pela casa à noite.
Eu não ouço nada.
Nada.
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